sábado, 31 de março de 2012

Crescimento Urbano

Os problemas ligados ao adensamento urbano, como a falta de saneamento e habitação e a dificuldade de locomoção, são frutos da falta de planejamento – ou o não cumprimento dele, na visão do professor Carlos Leite, do Mackenzie, especialista em cidades sustentáveis. Ele afirmou que o Brasil tem a chance de não repetir os erros cometidos a partir da metade do século passado, quando as cidades começaram a inchar. Para isso, contudo, é necessário modificar a forma de como o país as cidades estão crescendo. “Precisamos repensar as cidades e é o governo quem precisa tomar a frente no processo. Hoje, é a sociedade, o mercado quem está tocando a expansão das macrometrópoles. Sem planejamento, criam-se os problemas”, afirmou. O professor avalia que a concentração urbana, tida como uma das razões para os problemas nas grandes cidades aparece como solução para o futuro. A diferença, explica,  está em como se utiliza e organiza o território e os transportes. Manhattan, nos Estados Unidos, e Barcelona, na Espanha, estão entre as maiores concentrações de habitantes por hectare do planeta e utiliza o espaço comum como fonte de riqueza. “Lá a aposta é no encontro, no transporte público, o acesso a cafés, restaurantes. A cidade é feita para as pessoas, e não para os carros. A China, por exemplo, está apostando no modelo velho, crescendo pensando no carro”, diz.
Curitiba, no Paraná, avançou nesse sentido, mas foi ultrapassado por alguns vizinhos sulamericanos, segundo Leite. Bogotá, na Colômbia, iniciou há 12 anos um projeto de longo prazo, interligando diferentes modais de transporte público, revitalizando seu centro com a reintegração da classe média à região e melhor aproveitamento urbano, como uma nova divisão das habitações.
“Como resultado, eles conseguiram queda em criminalidade e melhor qualidade de vida. E isso tudo em um período relativamente pequeno de tempo. O planejamento precisa ser executado pelo governo, mas tem que vigorar além dele.”
É uma tarefa muito difícil, mas necessária. Porém sem o apoio dos políticos se torna impossível, e enquanto isso, as cidades vão continuar a crescer de forma descontrolada, piorando ainda mais o transito e a qualidade de vida da população.

Fonte: Valor Econômico
Rosi Góis

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